quarta-feira, 2 de novembro de 2011


Não gosto de quem se faz de santa, de prestativa, de solícita, de legal.
Não gosto de quem fala miando, se finge de sonsa, faz caras e bocas.
Não gosto de gente artificial, que tem duas caras, dois jeitos, dois comportamentos.
Sou a favor da transparência, de gente de verdade, sem retoques, sem artifícios.
Tenho pavor de mulher fingida.
Que se finge de morta, mas no fundo rebola o tempo todo, faz cara de atriz pornô pra ser notada e depois diz que ah-é-meu-jeito-sou-assim.
Tenho pavor de mulher que se insinua o tempo inteiro e depois diz não-entendo-porque-todo-mundo-olha-pra-mim.
Pavor.
— Clarissa Corrêa



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